Mais de 70 mulheres apaixonadas pelo vinho
Você acredita nisso?
Confira abaixo a história da Confraria do Champanhe, matéria da Camile Calza publicada na Revista Terroir Boccati.
Confraria do Champanhe em encontro realizado na Boccati no dia 14 de março de
2018.
Foto: Rafael Sartor
Há 20 anos a Confraria
do Champanhe une enófilas em prol da divulgação e desenvolvimento da cultura do
espumante na Serra Gaúcha.
Analisando a nossa história,
percebe-se que o mundo dos vinhos foi tradicionalmente dominado pelos homens.
Realmente foi... Hoje ele é partilhado com nós mulheres! A sensibilidade
feminina nos permite apreciar o vinho em todas as suas facetas, tanto nos
complexos aromas, quanto nos sabores diversificados. O fato é que a bebida
combina em muitos aspectos com o nosso cotidiano, podendo ser degustada nos
encontros com amigas, nos jantares a dois e até mesmo nos momentos em que
ficamos a sós com nós mesmas.
Diante disso,
procuramos mulheres que nos inspiram no mundo do vinho. Eis que aqui em Caxias
do Sul há a forte presença da Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha (CCSG),
fundada em 1998. Para saber mais sobre essa iniciativa conversamos com Tatiana
Biffi Rigoni, presidente da associação, Cristina Minghelli Bühler, vice-presidente
e Neiva Nora, tesoureira da Confraria. Descobrimos que o significativo grupo de
73 mulheres é uma das entidades pioneiras a contribuir para o estudo,
divulgação e desenvolvimento da cultura do espumante na Serra Gaúcha.
Neiva Nora, Tatiana Biffi Rigoni e Cristina Minghelli Bühler
Durante as reuniões
mensais, as confreiras aprimoram seu conhecimento por meio de palestras com
enólogos, sommeliers, enófilos e estudiosos – todos escolhidos pela diretoria da
CCSG em um organizado planejamento semestral. Normalmente a primeira parte dos
encontros é destinada à aprendizagem, seguida de um jantar harmonizado com bons
vinhos.
Além disso, as
integrantes realizam visitas a vinícolas, participam de eventos relacionados a
vitivinicultura e desde 2007, fazem viagens de estudo para países como
Argentina, Chile, França, Portugal e Uruguai. Visto que os grupos têm
capacidade máxima, quando retornam compartilham com as demais confreiras
detalhes do roteiro e degustam os vinhos que lá conheceram.
Ao longo do nosso
bate-papo, Tatiana, Cristina e Neiva revelaram que, em alguns países, ainda há
preconceitos com confrarias compostas apenas por mulheres. Durante suas
viagens, principalmente na Europa, as pessoas ficaram muito surpresas com a existência
da CCSG – que realmente é uma iniciativa ímpar no mundo, seja por sua formação,
como por seus objetivos. Já no Brasil, o cenário é diferente. É normal mulheres
degustarem vinhos e mais, há muitas trabalhando nas adegas, nas linhas de
produção e até no cultivo dos vinhedos.
O vinho é para todas.
Na CCSG existem confreiras com idades entre 20 e 80 anos, as quais trocam
experiências e contribuem para que a aprendizagem aconteça de forma agradável,
descontraída e inteligente. O grupo realiza um trabalho sério e responsável,
que tem tudo para perdurar por mais 20 anos, afinal o mundo do vinho é
inesgotável! Tim tim!
A saber:
Em 2012, a CCSG lançou
o livro Vivências Sensoriais – Leituras
Múltiplas, com obras de artistas locais que traduziram, através de sua
arte, a trajetória e a influência do vinho, em especial do espumante, na região
da Serra Gaúcha.
Comentários
Postar um comentário