Regras gerais da harmonização
A harmonização pode ser
realizada seguindo quatro diferentes “regras”, são elas: a harmonização por
tradição; por contraposição e concordância de sabores; pelo o corpo do vinho e
estrutura do prato; e a harmonização por estação.
Através da harmonização por tradição, é possível
harmonizar um prato regional ou local com um dos vinhos produzidos na mesma
zona, para criar certa afinidade entre perfumes e sabores, obviamente
respeitando certas regras na ordem de serviço, temperatura, etc.
A contraposição e concordância de sabores é outro aspecto a ser
considerado, conseguimos uma harmonização mais agradável quando o vinho
expressa características opostas às do alimento. Quando um prato é
particularmente gorduroso, será oportuno harmonizá-lo com vinho tinto de boa
acidez e sápido, para poder contrastar com a untuosidade do prato e limpar a
boca. Essa é uma harmonização por contraposição.
O sabor doce de um alimento
tende sempre a prevalecer, principalmente no caso de sobremesas. Como não
existem vinhos suficientemente secos para contrabalançar com o caráter doce de
uma sobremesa, é definitivamente melhor favorecer o caráter doce do prato e
harmonizá-lo com um vinho doce. Essa é uma harmonização por concordância.
A harmonização também pode
ser realizada considerando o corpo do
vinho e a estrutura do prato. Um prato bastante complexo, que precisa de
uma produção elaborada devido ao tipo de cozimento, à quantidade ou à
preciosidade dos ingredientes, terá que ser harmonizado com um vinho igualmente
complexo e encorpado, de bom envelhecimento, e que, portanto, não seja
sobrepujado pela personalidade do prato.
Um prato leve e delicado,
por sua vez, não poderá ser “coberto” por vinhos excessivamente importantes ou
que possuam uma componente aromática excessiva. Ao contrário, ele harmonizará
perfeitamente com um vinho leve, jovem e de aromas delicados.
Já a harmonização por estação, baseia-se no princípio lógico de que, no
inverno, os pratos são mais pesados e, no verão, mais leves. Obviamente, esse
tipo de harmonização só é válida em países onde as estações sejam perfeitamente
delimitadas. Em certas regiões brasileiras, por exemplo, a harmonização não tem
razão de existir.
Mas é intuitivo pensar que,
no verão, não iremos beber um Barolo ou um Bordeaux, por serem vinhos
encorpados, muitos perfumados, que não combinam com a alimentação leve da
estação, feita de saladas, peixes, grelhados, etc.
Algumas indicações básicas
de harmonização:
- Cabernet Sauvignon, Malbec e Syrah: suína, bovina e massa.
- Merlot, Carménère, Tempranillo e Sangiovese: suína, ave, bovina, queijo e vegetais.
- Pinot Noir: ave, peixe, bovina e vegetais.
- Sauvignon Blanc e Pinot Grigio: peixe, massa e vegetais.
- Riesling: suína, peixe, massa e vegetais.
- Chardonnay, Moscato, Torrontés e Gewürztraminer: ave, peixe e queijo.
Fonte
Harmonização: como combinar alimento e bebida | Grand Cru
Muito bacana
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