A cachaça e suas características

Em todas as regiões do país, existe uma grande cultura envolvendo a cachaça.  Seja na tradicional caipirinha, ou até mesmo na culinária, essa bebida está frequentemente presente em nosso cotidiano. Mas você conhece a aguardente em suas peculiaridades?

São várias as teorias que explicam a origem da bebida no Brasil, todas datando a Época Colonial, quando os portugueses trazem a cana de açúcar e a técnica de destilação da Ilha da Madeira. Uma das mais conhecidas e aceitas teorias diz que a cachaça surgiu no estado do Pernambuco, quando um escravo deixou armazenado um caldo verde e escuro, originado do calda da cana, a cagaça. O caldo acabou por fermentar sozinho, evaporando e condensando em seguida, formando pingos de cachaça no teto do engenho. Outra versão é do autor Luíz da Câmara Cascudo (Prelúdio da Cachaça), que conta que a primeira cachaça foi produzida em 1532, na capitania de São Vicente, por portugueses.

De sabor ardente e seco no paladar, a cachaça passa pelo processo de envelhecimento, que altera suas propriedades químicas, garantindo o aroma, sabor e a cor. Muito dessas características dependem do tipo de madeira usada para armazenar a bebida. Amburana, Amendoim e Bálsamo são as principais madeiras utilizadas para a destilação. Ao todo, temos três tipos de cachaça: a transparente, de sabor e aroma rústicos (a conhecida aguardente); a envelhecida, que precisa ser armazenada por um ano em um barril de até 700 litros; e a amarela, que não é envelhecida e tem adição de calda de caramelo, tornando-se assim a mais adocicada.

Por ter importância cultural, social e histórica, a cachaça foi legitimada produto tipicamente brasileiro por Fernando Henrique Cardoso, em 1994, que também estabeleceu critério de fabricação e comercialização. Em 2012, a cachaça virou Patrimônio Histórico Cultural do estado do Rio de Janeiro.