A cerveja e sua harmonização com o alimento
A
cerveja é uma das mais antigas e mais difundidas bebidas alcoólicas do mundo. É
produzida pela fermentação alcoólica com cepas de Saccharomyces cerevisiae ou Saccharomyces
carlsbergensis de açúcares
provenientes deamidos, sendo o mais usado o malte de cevada. Esse nada mais é
do que cevada germinada e seca. Pode-se também usar como fonte de açúcares o
trigo, o milho e o arroz, normalmente em combinação com o malte.
É
possível datar o início da produção de cerveja no sétimo século a.C.,
registrada por escrito no Egito e na Mesopotâmia.
Podemos
dizer que a invenção do pão e da cerveja foram simultâneas: era só uma questão
de proporções. Quando se colocava mais farinha que água, obtinha-se o pão. Quando
as proporções se invertiam, obtinha-se a cerveja.
Temos
testemunhos da produção de cerveja até os sumérios, na Mesopotâmia. Lá nasceu
também a profissão de cervejeiro e se sabe também que parte do pagamento dos
trabalhadores era na forma de cerveja.
A mais antiga legislação que regulamenta a
produção e a venda de cerveja é o Código de Hamurabi (1728 – 1685 a.C.) que
condenava à morte quem adulterasse a cerveja ou quem abrisse uma venda sem
autorização.
No
Império Egípcio, a fabricação de cerveja se tornou uma verdadeira indústria.
Até as crianças bebiam, porque era considerada mais segura que a água que a
população tinha à disposição, além de ser considerado um alimento e remédio.
Quando as mães não tinham leite, os bebês eram
alimentados com cerveja de baixo grau alcoólico, misturada com mel.
A
Grécia, a Roma e os etruscos preferiam o vinho. Eles não produziam a bebida,
mas a recebiam via comerciantes fenícios. É interessante a história de
Agrícola, governador da Britânia, que, de volta a Roma, em 83 d.C. levou
consigo três mestres cervejeiros de Glevum (a atual Gloucester) e abriu em Roma
o primeiro pub.
Os reais divulgadores da cerveja na Europa
foram os celtas e os germanos, que ocuparam a Britânia, a Gália e a Irlanda. As
cervejas de então não eram filtradas, porque eram um produto caseiro.
Graças aos monastérios, houve um grande salto
de qualidade na produção da bebida, devido à busca por melhoramentos que esses
faziam. Até as monjas produziam cerveja para ministrá-la aos doentes e aos
peregrinos.
A
produção caseira sobreviveu até o fim do século XIX, quando a produção
industrial tomou conta do mercado, com o desenvolvimento dos densímetros, dos
termômetros e os novos estudos sobre leveduras.
Fonte: TEDESCHI, Paola Giusti. Harmonização: como combinar alimento e bebida. 1. ed. Caxias do Sul: Boccati, 2014.
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